Segundo pesquisa da Universidade de São Paulo, a prática de atividade física protege a cognição durante o envelhecimento, além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória e promover o fortalecimento muscular.
Para o estudo, 45 voluntários compostos por 38 mulheres e sete homens foram divididos em dois grupos: sedentários e ativos.
As pessoas foram recrutadas em Unidades Básicas de Saúde, do Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo.
Em ambos os grupos, algumas pessoas tinham diabetes, eram hipertensas, fumantes ou estavam com glicemia elevada.
Além disso, para comparar o volume das áreas e estruturas cerebrais, os pesquisadores utilizaram um acelerômetro, dispositivo fixado à cintura dos voluntários que registrava os níveis de atividade física realizados durante sete dias por no mínimo dez horas diárias.
Os voluntários foram submetidos a exames de ressonância magnética do cérebro para obter imagens 3D de alta resolução das áreas.
“Quando a redução do volume cerebral é maior que o esperado para a idade, esta condição está associada à perda cognitiva e à demência“, explica Lucas Melo Neves, autor da pesquisa de doutorado defendida na EEFE.
Diferença entre exercício físico e atividade física
O autor da pesquisa explica a diferença entre exercício físico e atividade física. Exercício físico se trata de atividade planejada, estruturada e acompanhada ou não por um profissional de educação física.
Por exemplo: musculação, natação, hidroginástica, pular corda, ginástica localizada, etc.
Já atividade física é qualquer movimento corporal que resulte em gasto energético, ou seja, situação em que se encaixavam os idosos ativos da pesquisa.
Alguns exemplos de atividade física são: varrer a casa, cuidar do jardim, subir ou descer escadas, levar o cachorro para passear, caminhar para pegar transporte público, entre outros.
Resultados do estudo
Os resultados mostraram que os idosos que estavam no grupo de ativos apresentaram volumes maiores em 39 áreas.
“Os resultados da pesquisa da USP sugerem que o tempo de prática de atividade física seja uma ferramenta importante para mitigar o declínio do volume cerebral e para preservar a cognição durante o processo de envelhecimento” relatou o orientador da pesquisa e professor do Laboratório de Adaptação ao Treinamento de Força, da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, Carlos Ugrinowitsch.
Segundo o estudo, a prática regular de exercícios físicos estimula o crescimento de novas células cerebrais e as conexões entre elas. Estes fatores resultam em cérebros mais eficientes, maleáveis e adaptáveis.
“Com auxílio de novas tecnologias e equipamentos mais precisos – a ressonância magnética, por exemplo – foi possível mapear todas as estruturas do encéfalo e verificar efeitos positivos generalizados da atividade física na preservação do volume de mais de 30 estruturas cerebrais“, complementou o orientador da pesquisa.